Futebol arte ou esquema tático? Pragmatismo é a bola da vez.

Futebol arte ou esquema tático? Pragmatismo é a bola da vez.
A coluna Falando de esportes é escrita por Carlos Briotto, jornalista formado pela Universidade Metodista
A coluna Falando de esportes é escrita por Carlos Briotto, jornalista formado pela Universidade Metodista

Futebol arte é coisa do passado. Hoje o que vale é o futebol conceito, isto é, disciplina tática, grupo homogêneo e desempenho físico. O jogador craque, craque mesmo é coisa rara, cada dia mais raro.

Na copa do mundo de futebol, arrisco dizer que a Copa do México (1970) foi a última das copas em que craques, sim no plural, decidiram um mundial. De lá para cá, após o advento da laranja mecânica (esquema tático que revolucionou o conceito de como se jogar futebol), nenhuma equipe levantou a taça só com craques. Em sua grande maioria o que valeu foram os esquemas táticos somados a algum (s) jogador (es) fora de série.

Cito alguns exemplos pós anos 70: Copa 74 – Alemanha x Holanda. Duas seleções em que o forte eram os esquemas táticos. Craques: Beckenbauer pela Alemanha e Cruyff pela Holanda. Copa 82 – Itália x Alemanha. Pragmatismo puro, craque só um, Karl-Heinz Rummenigge. Copa 2010 – Espanha x Holanda. Apenas esquemas táticos e sem craques.

E a Seleção Canarinho, onde se encaixa neste artigo? Bom, após anos 70, o Brasil chegou a três finais. A de 94 frente a Itália (talvez esta seja a única em que o Brasil tinha esquema tático definido), empate sem graça e vitória nos pênaltis. Craques: Baggio pela Itália e Romário pelo Brasil. Aliás, um aparte: em todas as edições de copas só tivemos duas finais decididas por penalidades. Copa 2002, Brasil x Alemanha, final inédita.

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Futebol arte ou esquema tático? Pragmatismo é a bola da vez.

O Brasil tinha bons jogadores e quatro craques: Marcos, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo. Pelo lado da Alemanha apenas Oliver Kahn. Em 1998, França e Brasil decidiram o título. A França tinha esquema tático e Zidane. Pelo lado do Brasil Rivaldo e Ronaldo (que ficou doente às vésperas do jogo) e um técnico que achava que só nome, camisa e superstição ganhavam jogo. Todo mundo se lembra do chocolate. Já a Copa de 2014…….bom, acho melhor não escrever nada sobre ela.

E agora em 2018? O que esperar da nossa seleção? De um lado temos o Tite, um técnico de esquema tático, mas que não teve muito tempo para trabalhar, e que usa, e muito bem, a neurolinguística para potencializar o desempenho dos atletas. Do outro lado um bom grupo de jogadores e um craque. Será que apenas isso vai ser suficiente para encarar seleções que já tem histórico de esquema tático e também bons jogadores?

Bom, acho que esta será a copa dos esquemas táticos, temos de cinco a seis seleções com potencial para erguer o caneco na Rússia. Acho que vamos ter surpresas ainda na primeira fase.  O Brasil tá dentro. Resta agora combinar com os russos.

Boa sorte a nossa seleção. Mas por via das dúvidas, vou deixar um pé de coelho embaixo do sofá.

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