Fizemos um bate-papo com Ricardo Barion, diretor de Marketing da Iveco para América Latina, que falou sobre os planos da marca e sobre os VUCs
Texto: Carolina Vilanova | Fotos: Divulgação
RFU: A Iveco iniciou sua produção no Brasil em 2000, justamente com os modelos chassis-cabine e furgões do Daily, quando começou a produção de outros caminhões por aqui?
Ricardo: A produção nacional de veículos como o Daily começou no ano 2000, quando a marca inaugurou a fábrica de Sete Lagoas. Em 2009 teve início a produção de veículos médios e pesados.
RFU: Hoje quais modelos são produzidos na fábrica de Sete Lagoas e qual a capacidade anual?
Ricardo: O complexo industrial da Iveco responde pela fabricação de caminhões leves (linha Daily), médios (Vertis e Tector), semipesados (Tector), extrapesados (Stralis, Hi-Way e Trakker), ônibus (chassi 170S28), micro-ônibus (Daily Minibus e Cityclas) e veículos de Defesa (Guarani), além de comerciais leves da marca Fiat, sendo a sua capacidade produtiva de 70 mil veículos por ano. A fábrica se situa numa área de 2,35 milhões de metros quadrados, dos quais ocupa, atualmente, 600 mil metros quadrados.
RFU: Nos últimos anos a empresa viveu um forte crescimento na vendas de caminhões em todos os segmentos. Hoje, quando o país passa um momento de instabilidade econômica e a comercialização de caminhões caiu vertiginosamente de uma maneira geral, como ficou a Iveco nesse cenário?
Ricardo: Continuamos acreditando no mercado brasileiro. Ocupamos hoje uma faixa de aproximadamente 8% de mercado no segmento a partir de 3,5 ton de PBT. Sabemos que podemos ir além e estamos nos preparando para isso. Recentemente reforçamos o nosso compromisso anunciando o investimento de R$ 650 milhões a serem aplicados pela empresa até 2016. Estamos concentrando os esforços na localização de componentes, no aprimoramento contínuo dos processos industriais, na otimização dos seus fluxos logísticos e também na ampliação dos recursos para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. O resultado prático almejado é o aumento da eficiência e da competitividade dos veículos Iveco no mercado brasileiro.
RFU: Quais são as principais estratégias de marketing e vendas para sua gestão? E o que o seu time tem preparado para não sucumbir a esse momento de incerteza?
Ricardo: Acredito que “eficiência” seja a principal palavra do momento na Iveco, seja em produtos, seja em processos e também nos negócios. Temos nos aproximado da rede de concessionários e trabalhado no redesenho estratégico da distribuição das casas Iveco. Além disso, entendendo que o mercado requer ações fortes para alavancar as vendas, temos oferecido campanhas inéditas e muito bem aceitas, como a “Carga Extra”, que movimentou o mercado dos pesados em agosto e setembro, com bônus de R$ 15 mil por unidade. Entre outras ações, contamos com campanhas específicas difundidas por meio de rádio e internet para alcançar os clientes em diferentes plataformas de comunicação. Estamos agindo e pensando muito além dos resultados no curto prazo. Em breve traremos muitas novidades para o mercado.
RFU: O consórcio da marca funciona como uma boa maneira de incentivar o comprador, por conta das taxas de juros, que são menores do que um financiamento?
Ricardo: O consórcio é a forma mais econômica de programar a compra de caminhões. Através do consórcio o cliente pode fazer um planejamento de frota de médio e longo prazo, além de aproveitar as taxas de juros, muito mais competitivas que de um financiamento convencional.
RFU: Muitos afirmam que o segmento de VUCs ainda está em ascensão, mesmo com a crise. Qual a sua opinião sobre isso e como estão as vendas do Daily?
Ricardo: Melhorar o trânsito e a mobilidade é uma preocupação cada vez mais frequente nos grandes centros urbanos. A tendência é a implantação de soluções já adotadas por cidades como São Paulo, onde há restrição de circulação de veículos com carga e largura acima da estabelecida em lei. Por isso, os veículos que se encaixarem nesses critérios são os mais procurados por clientes que trabalham com entregas urbanas, por exemplo. É o que acontece atualmente com a Linha Iveco Daily, cujos modelos se adaptam às aplicações dos Veículos Urbanos de Carga (VUC) e oferecem robustez, potência e economia aos clientes. Além disso, existem nichos de mercado, como o surgimento dos food trucks, que devem impulsionar as vendas desse tipo de veículos nos próximos anos. O mais vendido da marca para essa aplicação de circulação urbana é o modelo Daily 35S14, líder de vendas no Brasil no segmento Chassi Cabine de 3,5 ton, com 43% de participação. Como é classificado como veículo comercial leve, não se enquadra na lei do VUC, cujo foco é a restrição aos caminhões, e, portanto, tem circulação livre.
RFU: Quais as principais aplicações do Iveco Daily? Para quais tipos de trabalho podemos indicá-lo?
Ricardo: Disponível nas opções chassi-cabine e furgão nas faixas de 3,5 a 7 toneladas, a linha Daily é indicada para todo tipo de trabalho e implementação. Para o transporte de passageiros o destaque é o Minibus, nas versões fretamento e turismo/executivo. A opção Fretamento apresenta praticidade e baixo custo operacional. Disponíveis em duas configurações, os modelos podem levar 15+1 passageiros (45S17) e 18+1 passageiros (55C17). É um veículo perfeito para o transporte urbano e de curtas distâncias. A versão do Daily Minibus para Turismo/Executivo tem bagageiro traseiro opcional e oferece mais conforto e segurança. Com alto padrão de acabamento, o veículo está disponível em três configurações: para 15+1 passageiros (45S17), para 14+1 passageiros (55C17) e para 18+1 passageiros (55C17).
RFU: Quais são os pontos fortes da Daily em relação aos concorrentes do mercado nacional?
Ricardo: O principal diferencial dos veículos Iveco são os itens que caracterizam sua robustez: motor, torque e estrutura do chassi. O conceito base dos veículos da marca – chassi-escada, motor e transmissão– revolucionou o setor com grande capacidade de carga e a maior disponibilidade de implementação do segmento.
RFU: Qual a meta da Iveco para esse ano e para 2016? Existe perspectiva de lançamentos de novos produtos e versões?
Ricardo: Há expectativa é aumentar ainda mais a participação de mercado em toda a América Latina, com produtos cada vez mais preparados para todos os segmento. Sobre os lançamentos, a Iveco vai apresentar três novidades no próximo ano.
RFU: Qual o tamanho da rede de concessionárias aqui no Brasil nos dias atuais? Existe a previsão de crescimento ou perdemos algumas lojas desde que esse momento instável tomou conta do Brasil?
Ricardo: São aproximadamente 100 casas distribuídas pelo Brasil. Estamos constantemente trabalhando para consolidar a rede e para manter a qualidade no atendimento e nos serviços prestados.
RFU: A Iveco conta com um moderno e amplo Centro de Distribuição de Peças em Sorocaba/SP. Qual a capacidade de armazenamento de peças atualmente?
Ricardo: O Centro de Distribuição de Peças em Sorocaba tem capacidade para armazenar 180 mil itens, totalizando quase 20 milhões de peças.
RFU: Quanto tempo, por exemplo, demora para uma peça de reposição chegar na concessionária?
Ricardo: O Centro de Distribuição de Peças trabalha para abastecer continuamente toda a rede concessionária. Ao longo dos anos, a gama de serviços oferecidos na rede Iveco aumentou expressivamente. Atualmente existe o Centro de Atendimento ao cliente, disponível 24h por dia, sete dias por semana. Com ele, a Iveco garante a qualquer cliente uma assistência técnica emergencial, por meio de uma equipe tecnicamente capacitada e profissional para atender emergências, prestar informações e registrar solicitações que serão prontamente atendidas pela equipe do Centro de Atenção ao Cliente Iveco. O serviço é gratuito pelo telefone 0800 702 3443.
RFU: Em sua opinião, uma boa estratégia de pós-venda ajuda a marca a se diferenciar no mercado?
Ricardo: Um bom pós-venda ajuda a fidelizar e conquistar o cliente. No atual cenário econômico, por exemplo, o frotista tem repensado o seu modelo de renovação de frota. Para que essa estratégia não resulte em aumento do custo operacional e indisponibilidade dos caminhões, é necessário aprimorar a gestão da manutenção. Percebendo isso, os nossos clientes têm buscado cada vez maior qualidade, mão de obra especializada, peças genuínas e suporte da fábrica. A procura por Planos de Manutenção em 2015 aumentou 78%, se comparado com o mesmo período de 2014.
RFU: As oficinas da rede trabalham com planos fechados de manutenção. Esse modelo traz quais benefícios para o cliente?
Ricardo: Os planos de manutenção favorecem todos os níveis de clientes. Para cada situação nós temos uma solução que melhor se encaixe nos planos das empresas. O objetivo é diminuir o custo geral de propriedade, aumentando a vida útil dos veículos com as revisões preventivas. Entre os serviços mais procurados estão o plano Básico, que realiza a troca de óleo e filtro do motor, o Essencial, que soma ao plano Básico todas as revisões determinadas pela engenharia e descritas no manual de uso e manutenção, e o Absoluto, que soma ao plano Essencial as manutenções corretivas de falhas do produto ou desgaste por uso do veículo em condições normais. Além disso, oferecemos o serviço com hora marcada. O cliente agenda o dia e a hora em que deseja realizar a manutenção, em todo o território nacional. Isso possibilita um ganho na execução do trabalho e da qualidade no serviço prestado. O objetivo é aprimorar cada vez mais nosso atendimento e fidelizar os clientes da Iveco.