Em nome de uma melhor mobilidade nos grandes centros urbanos, apenas caminhões leves podem circular em determinados locais, veja os modelos que separamos para esta tarefa
Texto: Carolina Vilanova | Fotos: Divulgação
A lei muda um pouco de uma cidade para outra, mas a maioria dos grandes centros urbanos do Brasil passaram a adotar regras para circulação de caminhões para operação de carga e descarga.
O que difere, geralmente, é o tamanho total do veículo ou sua capacidade de carga, porém, em suma, os de grande porte não podem rodar em vias movimentadas e os VUCs, veículos urbanos de carga, se tornaram responsáveis por essa tarefa, isso desde 2008, segundo o decreto nº 49.487.
Tudo isso por causa da mobilidade, ou melhor, de uma melhor mobilidade nas ruas das cidades, quanto menores os veículos, mais fácil é de rodar e até mesmo de estacionar para realizar a operação. É claro que o fator redução de poluentes também conta, por isso, além do tamanho, existe uma idade máxima de cinco anos para que o veículo possa circular no centro da cidade.
No caso da cidade de São Paulo, o que está valendo hoje é a Portaria 031/16, em vigor desde 09 de maio de 2016, que libera a circulação de VUCs com o limite de até 7,20 metros, antes disso o comprimento era de 6,30 m. Outra mudança foi a redução do tempo de restrição para circulação de caminhões no centro da cidade.
Na Zona de Máxima Restrição de Circulação – ZMRC, o novo horário é de 2ª a 6ª feira das 5 às 21h e aos sábados das 10 às 14h. Exceções, precisam da autorização especial AETC – Autorização Especial de Trânsito para Caminhões.
Os caminhões leves, que são permitidos na ZMRC, podem ser implementados com diversas aplicações: baú de alumínio, baú refrigerado, carroceria, slider, e por aí vai. Vamos focar nas versões específicas dos melhores e mais vendidos modelos para um comparativo: Ford Cargo 816, Mercedes-Benz Accelo 815 e Volkswagen Delivery 8.160.
Ford Cargo 816
Velho de guerra nas operações de distribuição urbanas, o Carguinho, como é conhecido, é muito versátil e está pronto para receber aplicações de vários tipos, possibilitando quase todos os implementos. Bom para transportar bebidas, hortaliças, eletrodomésticos, material de construção, plataforma de assistência, entre outros.
Recentemente o modelo teve a cabine renovada, com estilo inspirado no Design Kinetic da Ford, mesmo conceito utilizado para projetar os automóveis da marca, assim ficou mais moderno e mais bonito. O volante tem empunhadura mais ergométrica e o banco com suspensão a ar permite múltiplas regulagens.
O motor é o Cummins ISB 4.5, com potência de 162 cv e a transmissão é a Eaton de cinco marchas. Oferece três opções de distância entre-eixos para atender diferentes aplicações, com peso bruto total de 8.250 kg. Entre eles, dois entram na lei do VUC.
Vem com freio ABS combinado ao sistema EBD, que realiza o controle de distribuição da força de frenagem, além do controle de tração (ASR), que evita que as rodas patinem em pisos escorregadios.
Uma vantagem do modelo é a facilidade de manutenção, já que o acesso aos componentes é facilitado pelo capô, que dispensa o basculamento da cabine.
Capacidades:
Entre-eixos | 3.300 mm | 3.900 mm | 4.300 mm |
Peso Total | 3.140 kg | 3.170 kg | 3.190 kg |
Total admissível | 8.250 kg | 8.250 kg | 8.250 kg |
Peso Bruto Total (PBT) Homologado | 8.250 kg
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8.250 kg
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8.250 kg
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Carga útil + carroceria | 5.110 kg | 5.080 kg | 5.060 kg |
Capacidade Máxima de Tração (CMT) | 11.000 | 1.000 | 1.000 |
– Comprimento total | 6.140 | 7.010 | 7.410 |
Mercedes-Benz Accelo 815
Mais um queridinho das vias com restrição. Talvez o mais moderno deles, pelo menos em design. É um caminhão do segmento leve, compacto e robusto, perfeito para distribuição urbana e curtas distâncias. Tem fácil acesso à cabine e é ágil no transporte de cargas.
A família de caminhões Accelo tem outros membros, mas vamos nos focar no 815, que comporta 8.300 kg de PBT. Vem equipado com motor OM 924 LA, que conta com a tecnologia BlueTec 5 de eficiência energética, muito tradicional na marca, com potência de 156 cv. A Mercedes trabalha afirma que este propulsor trabalha com folga na aplicação do Accelo, já que é o mesmo usado no Atego, que puxa 17 toneladas. A transmissão é a Eaton FSO 4505A, manual de cinco velocidades.
Entre as tecnologias do modelo, destacamos o freio motor Top Brake, que melhora sensivelmente a potência de frenagem, sendo um belo aliado na hora de economizar combustível e diminuir o desgaste dos componentes do sistema de freios e dos pneus. O Accelo é equipado ainda com freios ABS de série.
No interior da cabina, o Accelo oferece cinto de segurança de 3 pontos para todos os ocupantes e conta com monitoramento completo do veículo pelo computador de bordo, que possibilita o acompanhamento da necessidade de manutenção preventiva do veículo.
Muito utilizado para implemento com baú de alumínio, baú frigorífico/isotérmico, carga seca, basculante etc. Conta com duas versões que podem ser usadas como VUC.
Entre Eixos (ee) | 31 | 37 | 44 |
Distância entre eixos | 3.100 mm | 3.700 mm | 4.400 mm |
Entre Eixos (ee) | 31 | 37 | 44 |
Carga Útil Máx. + mais carroçaria | 5.010 | 4.940 | 4.870
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Peso Bruto Total com 3º eixo (PBT) | 11.000 | 11.000 | 11.000 |
Peso Bruto Total Combinado (PBTC) | 11.000 | 11.000 | 11.000 |
Volkswagen Delivery 8.160
O modelo mais vendido da família Delivery, o 8.160 é uma das vedetes das operações urbanas, fazendo distribuição de bebidas, frutas e verduras, produtos frigoríficos, plataformas de guincho, etc. São muito utilizados com implementos do tipo baú de carga seca e refrigerado.
É um Volkswagen, tem mecânica robusta e bastante reconhecida, com facilidade de aquisição de peças de reposição e planos de revisão planejados pela concessionária no momento da compra.
O Delivery 8.160 traz flexibilidade e adaptabilidade para o transporte de carga com 4 opções de entre eixos, apenas uma delas ultrapassa o tamanho permitido pela regra de São Paulo.
Vem equipado com o motor Cummins ISF de 3,8 litros, que gera potência de 160 cv, combinado com a caixa de transmissão ZF S5-420 HD. Tem como opção 3 relações de redução, que se adequam às diversas aplicações, garantindo maior tração, menor consumo de combustível e o rendimento no tempo de viagem.
Os freios de serviço são a ar, com tambor nas rodas dianteiras e traseiras, e utilizam como auxílio do sistema ABS e o EBD (distribuição eletrônica de frenagem), o que é uma grande vantagem.
Entre eixos | 2.850 m | 3.300 m | 3.900 m | 4.300 m | |
Comprimento total | 5.380 m | 6.432 m | 6.432 m | 7.682 m | |
Capacidade técnica (Total) | 8.150 kg | ||||
Peso bruto total (PBT) – homologado | 8.150 kg | ||||
Peso bruto total Combinado (PBTC) – homologado | 10.500 kg | ||||
Capacidade Máxima de Tração (CMT) | 11.000 kg | ||||