Visando a segurança de motociclistas, Continental alerta sobre perigos de pneus de carro montados em motos. Apesar de não recomendada, essa é uma prática que acontece no mundo das duas rodas, e passa por cima de questões técnicas importantes.
Segundo a Continental, há diversos depoimentos de defensores que utilizaram – e utilizam – pneus de carros de passeio aplicados na roda traseira de motos do tipo custom. Elas possuem garfos dianteiros mais longos, inclinados para frente e bancos mais baixos, tais como a Honda Shadow, Yamaha Virago, Kasinski Mirage e Harley-Davidson Fat Boy.
Há várias combinações já tentadas e até mesmo “recomendadas”: Honda Shadow 600 montada com 175/65R14, Kasinski Mirage 250 e Yamaha Virago 250 com 165R15 ou 5.60/15 (utilizados originalmente no VW Fusca), Yamaha Drag Star 650 e Suzuki Boulevard C1500 com 185/65R15, 195/55R15 e até 205/50R15.
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Os argumentos dos que defendem tal alteração são sempre os mesmos: o custo de um pneu de passeio versus o custo de pneu traseiro de uma custom original chega a ser até três vezes menor, o seu uso acaba por proporcionar maior conforto ao motorista e maior durabilidade do produto. Além disso, a estabilidade e o comportamento da moto não são afetados de forma significativa e os pilotos se adaptam rapidamente às eventuais alterações.
Rafael Astolfi, gerente de assistência técnica da Continental, fabricante de pneus de tecnologia alemã, explica que inicialmente é preciso atentar para as diferenças de construção de pneus de motocicletas e de carros, que não são poucas.
“Pneus de motos são geralmente diagonais, com coroa (porção que compreende a banda de rodagem) arredondada e normalmente possuem mais de um composto de borracha em sua banda, o que permite níveis diferentes de aderência em retas, curvas e curvas fechadas. Suas laterais são bastante rígidas, sendo bem difícil dobrá-las. Já pneus de passeio em sua grande maioria são radiais, possuem coroas planas e são normalmente construídos com apenas um composto de borracha em sua banda de rodagem. Suas laterais já são bastante maleáveis quando comparados aos pneus de duas rodas”, ensina.
Segundo o especialista, embora haja uma boa razão por trás de cada uma dessas características, o fato de as motocicletas custom terem um estilo de condução diferenciado – não inclinando tanto na hora de efetuar curvas e mantendo-se bastante “em pé” – acaba viabilizando o uso de pneus de passeio.
O fato é que essa modificação, além de não recomendada, passa por cima de algumas questões técnicas importantes:
– o casamento entre a largura da seção do pneu e a largura do aro de montagem – o que evita deformações e desgastes irregulares, além de garantir bom contato com o solo;
– o uso de câmaras em pneus tubeless – que podem danificar o pneu e gerar excesso de calor pelo atrito;
– o excesso de pressão de inflação para montagem – que pode romper núcleos de talões;
– a falta de orientação sobre uma pressão de uso adequada – que pode reduzir a vida útil dos pneus e afetar o consumo da motocicleta.
“Muitos os adeptos dessa prática perigosa acreditam que a recomendação de um modelo específico de pneu é apenas de uma questão comercial, o que não é verdade. Mas se ainda for necessário fornecer mais algum argumento, há um risco real de uma seguradora recusar a cobertura de um sinistro caso a motocicleta tenha uma alteração deste tipo”, conclui Astolfi.
Em seu canal no Youtube a Continental disponibiliza uma série de vídeos educativos sobre segurança e manutenção preventiva dos pneus. Visite https://goo.gl/kQsHRn
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Há várias combinações já tentadas e até mesmo “recomendadas”: Honda Shadow 600 montada com 175/65R14, Kasinski Mirage 250 e Yamaha Virago 250 com 165R15 ou 5.60/15 (utilizados originalmente no VW Fusca), Yamaha Drag Star 650 e Suzuki Boulevard C1500 com 185/65R15, 195/55R15 e até 205/50R15.
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Os argumentos dos que defendem tal alteração são sempre os mesmos: o custo de um pneu de passeio versus o custo de pneu traseiro de uma custom original chega a ser até três vezes menor, o seu uso acaba por proporcionar maior conforto ao motorista e maior durabilidade do produto. Além disso, a estabilidade e o comportamento da moto não são afetados de forma significativa e os pilotos se adaptam rapidamente às eventuais alterações.
Rafael Astolfi, gerente de assistência técnica da Continental, fabricante de pneus de tecnologia alemã, explica que inicialmente é preciso atentar para as diferenças de construção de pneus de motocicletas e de carros, que não são poucas.
“Pneus de motos são geralmente diagonais, com coroa (porção que compreende a banda de rodagem) arredondada e normalmente possuem mais de um composto de borracha em sua banda, o que permite níveis diferentes de aderência em retas, curvas e curvas fechadas. Suas laterais são bastante rígidas, sendo bem difícil dobrá-las. Já pneus de passeio em sua grande maioria são radiais, possuem coroas planas e são normalmente construídos com apenas um composto de borracha em sua banda de rodagem. Suas laterais já são bastante maleáveis quando comparados aos pneus de duas rodas”, ensina.
Segundo o especialista, embora haja uma boa razão por trás de cada uma dessas características, o fato de as motocicletas custom terem um estilo de condução diferenciado - não inclinando tanto na hora de efetuar curvas e mantendo-se bastante “em pé” - acaba viabilizando o uso de pneus de passeio.
O fato é que essa modificação, além de não recomendada, passa por cima de algumas questões técnicas importantes:
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- a falta de orientação sobre uma pressão de uso adequada - que pode reduzir a vida útil dos pneus e afetar o consumo da motocicleta.
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