Biocombustível é tecnologia aliada à sustentabilidade ambiental

A coluna Meio Ambiente é escrita por Valquiria Stoianoff, jornalista formada pela Universidade Metodista
A coluna Meio Ambiente é escrita por Valquiria Stoianoff, jornalista formada pela Universidade Metodista

Reza a Constituição Federal Brasileira, artigo 225, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida…”. Temos ainda outras leis ambientais que, além de assegurar a proteção dos recursos naturais brasileiros, promovem ações para a conservação e melhoria da qualidade de vida.

E nós, seres vivos nesse meio ambiente, temos uma relação direta com tudo que nos cerca, como a água, a vegetação, os animais, entre outros. Resta-nos a sabedoria de pensarmos na sustentabilidade desse planeta. Como alinharmos o crescimento econômico com a preservação ambiental? Como atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras?

Destaco três grandes projetos que estão transformando biogás, que é poluente, em gás biometano, combustível renovável. Esses projetos, embrionários, alinham a tecnologia com a sustentabilidade ambiental.

A cidade de São Pedro da Aldeia, na região dos lagos do Rio de Janeiro, foi a primeira cidade do país autorizada a captar biogás de aterro sanitário e transformá-lo em biometano. Esse gás biometano pode ser usado para abastecer veículos, indústrias, caldeiras, geradores e residências. Quando inaugurada em 2017, a usina que recebe 600 toneladas de lixo, produziu 10.000 metros cúbicos por dia, o suficiente para abastecer cerca de 600 veículos diariamente.

Em abril deste ano, Fortaleza inaugurou a maior usina do país de produção de biogás com lixo de aterro. São 3 mil toneladas diárias de resíduos sólidos transformados em gás biometano. A previsão, segundo a empresa responsável pela operação, é produzir um volume de 150 mil metros cúbicos por dia, suficiente para abastecer mais de 10 mil carros por dia.

Outro projeto inédito, recém-inaugurado em Franca, no Estado de São Paulo, é transformar o biogás, gerado no tratamento do esgoto, em biogás para uso veicular. A Estação de Tratamento de Esgotos de Franca trata em média 500 litros por segundo e produz em torno de 2.500 Nm³ de biogás por dia, suficiente para substituir 1.500 litros de gasolina comum diariamente.

Os estudos iniciais apontam que a produção do biometano em Franca será capaz de abastecer 200 veículos leves.

Segundo Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás-CIBiogás, o biometano pode reduzir em até 90% as emissões de poluentes em comparação com a gasolina. Seu uso previne, ainda, o lançamento de metano e CO2 na atmosfera, responsáveis pelo aquecimento global.

Transformar o biogás em biometano evita o lançamento para atmosfera de gases nocivos resultantes da decomposição natural do lixo e esgoto, reduzindo a emissão do metano, que é 21 vezes mais nocivo como gás de efeito estufa do que o CO2 (dióxido de carbono)

O biometano já é produzido e comercializado nos Estados Unidos, Holanda, Reino Unido e Alemanha e agora em terra tupiniquim.

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