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Como lidar com a Febre Amarela

 

A coluna De olho na saúde é escrita por Thaís Rizzatt, médica anestesiologista
A coluna De olho na saúde é escrita por Thaís Rizzatt, médica anestesiologista

Uma doença infecciosa febril, aguda e grave, que vem nos preocupando cada dia mais, com esse novo surto, que se espalha pelo nosso país. Estamos falando da febre amarela, que também é uma doença totalmente prevenível com a vacinação.

A febre amarela é causada por um vírus e transmitida por um vetor, que é o mosquito, este deve estar infectado. Não existe transmissão direta entre as pessoas. Mais de um tipo de mosquito pode transmitir a doença. A febre amarela de ciclo silvestre, a que ocorre nas áreas florestais, é transmitida, principalmente, pelo mosquito da espécie Haemagogus, e no ciclo urbano, o famoso Aedes Aegypti, o mesmo que causa a Dengue, Zica e Chikungunya.

Independente de qual ciclo, a doença será a mesma. Apenas para entendermos melhor, no ciclo silvestre os macacos são os principais hospedeiros, o homem se torna um hospedeiro acidental ao entrar na mata, ele se infecta e ao voltar para cidade pode propagar a doença infectando os mosquitos. O macaco não transmite a doença, quem a transmite é o mosquito que o picou. Já no ciclo urbano o homem é o único hospedeiro.

Após ser picado, o homem leva de três a seis dias para apresentar os sintomas da doença, porém, de um a dois dias antes e até cinco dias depois ele pode infectar os mosquitos transmissores.

Inicialmente, a pessoa apresenta sintomas de origem súbita e inespecíficos como: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença, a toxêmica, é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando ressurge a febre, a diarreia e vômitos, agora com aspecto de borra de café, e pode ocorrer insuficiência hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), diminuição ou ausência de diurese, manifestações hemorrágicas, como sangramento pelo nariz, ouvido, nas fezes, urina, e cansaço intenso, também pode apresentar confusão mental e torpor, evoluindo para o coma e morte. Mas ainda bem que a maioria dos infectados se recupera e adquire imunização permanente.

Essa doença pode ser encontrada na América do Sul e Central e alguns países da África, portanto, antes de viajar para esses destinos internacionais ou no Brasil em épocas de surto, consulte se há indicação da vacinação, que é a única forma de evitar a doença, e para imunização esta deve ser administrada dez dias antes da viagem.

Lembrando que a vacina está indicada para indivíduos dos nove meses de vida aos 60 anos. E contra-indicada em gestantes e abaixo dos seis meses.

Também se recomenda, ao estar em zonas endêmicas, o uso de repelente, mosquiteiro e roupas que cubram o corpo. Podemos contribuir para a prevenção, da mesma forma que para as demais doenças transmitidas pelo Aedes, evitando água parada.

A prevenção é muito importante, pois não existe um tratamento específico para a doença, apenas de suporte, com hidratação, analgésico e antitérmico, protetor gástrico, nos casos mais graves internação hospitalar e até diálise. Evitar medicações com ácido acetilsalicílico porque podem causar hemorragias e até a morte, assim como na dengue.

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