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Falando de esportes: Esporte é só para homens, quem disse?

A coluna Falando de esportes é escrita por Carlos Briotto, jornalista formado pela Universidade Metodista
A coluna Falando de esportes é escrita por Carlos Briotto, jornalista formado pela Universidade Metodista

“(…) serão sempre imitações imperfeitas. Nada se aprende vendo-as agir; e assim os que se reúnem para vê-las obedecem preocupações de outra espécie (…) Talvez as mulheres compreenderão logo que esta tentativa não é proveitosa nem para seu encanto nem mesmo para sua saúde. De outro lado, entretanto, não deixa de ser interessante que a mulher possa tomar parte, em proporção bem grande, nos prazeres esportivos do seu marido e que a mãe possa dirigir inteligentemente a educação física de seus filhos”. (Pierre de Coubertin (1863- 1937).

Nos dias de hoje essas palavras soam o absurdo, são politicamente incorretas e até passível de processo, mas na sua época, no final do século 19, isto era uma verdade quase que absoluta. Assim como não se via a mulher praticando esporte, também não se imaginava que ela poderia assumir a boleia de um caminhão e fazer a mesma coisa que um homem.

Preconceitos à parte, a verdade é que a mulher a cada dia que passa ocupa seus espaços com a mesma, senão com mais, competência que o homem. Sexo frágil aqui passa longe. A prova disso vimos nos últimos resultados esportivos obtidos por elas aqui em território nacional e no exterior.

Em solo brasileiro tivemos a final do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Conhecidas com as Sereias da Vila, a equipe santista bateu o Corinthians com duas vitorias, erguendo o caneco pela primeira vez.

No Grand Prix de Vôlei Feminino, o Brasil está na final e vai em busca do seu 12º título e da hegemonia da categoria, já que os Estados Unidos, segundo no ranking, tem apenas seis títulos.

No Circuito Mundial de vôlei de praia, etapa Olsztyn, na Polônia, o Brasil também levou o ouro com Larissa e Talita. A dupla conquistou o título ao bater as canadenses Sarah e Melissa por 2 a 1 (20/22, 21/18 e 16/14). Elas conquistaram o torneio de forma invicta. Seis jogos e seis vitórias. O Brasil também ficou com o bronze com a dupla Agatha e Duda. Elas venceram por WO as americanas Kerri Walsh e Nicole Branagh.

Outra mulher que fez bonito e levou a bandeira brasileira ao lugar mais alto do pódio foi Etiene Medeiros. A nadadora venceu os 50 metros costas na etapa do mundial em Budapeste, sagrando-se a primeira nadadora brasileira a conquistar uma medalha de ouro na modalidade. Etiene deixou para trás quatro medalhistas olímpicas, entre elas, Katheen Baker, ouro no revezamento 4 x 100 medley e vice campeã dos 100 m costas nos Jogos do Rio.

Quem também fez bonito no mundial de Budapeste foi Ana Maria Marcela. A atleta levou o ouro na prova dos 25 km em águas abertas. De sobra ela ainda ficou com o bronze na prova dos 5 km.

Agora, ninguém mais levou ao pé da letra o termo “dar o sangue” do que Cristiane Justino Venâncio. Com este nome provavelmente ninguém saberia dizer qual esporte ela pratica. Mas se falarmos em Cris Cyborg, ai vem a nossa mente a lutadora do UFC. Ela conquistou o cinturão peso pena feminino ao nocautear Tonya Evinger no terceiro round.

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