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Financiamento de caminhões

Estamos vivendo um momento delicado na nossa economia e um setor que sofre diretamente com esse impacto é o de veículos automotores. Mas apesar das quedas nas vendas de uma maneira geral, ainda há uma esperança para o segmento de VUCs, que por conta da sua utilização, ainda não está em decadência.

Porém, esse cenário econômico desfavorável dos dias atuais, aliado aos baixos valores dos fretes, fizeram com que os bancos restringissem a concessão de crédito para esta modalidade de financiamento.

Para tentar amenizar essa falta de linha de crédito, as instituições vêm investindo em novas ferramentas de concessão de crédito, no qual a análise do candidato ao financiamento passou a ser mais detalhada: o interessado tem que comprovar sua qualificação no setor de transporte.

Na hora de pleitear o financiamento, é muito importante o valor que se pretende dar de entrada, pois quanto maior a entrada, maiores serão as chances de aprovação. A entrada mínima é de 20% da tabela FIPE/Molicar.

Outros fatores que passaram a ser exigidos pelas financeiras é a comprovação de experiência na categoria de no mínimo dois anos, e a comprovação de capacidade financeira, geralmente o proponente deve apresentar os extratos bancários dos últimos 60 dias.

Cabe ressaltar que os bancos operam com taxas maiores para caminhões mais velhos, ou seja, quanto maior a idade do caminhão, maiores serão os juros cobrado. Na modalidade financiamento, a maioria das financeiras não leva em consideração o implemento, sendo financiado apenas o caminhão.

O mercado vem se adequando com as novas regras e a comercialização de seminovos vem apresentando bons índices de crescimento, uma vez que o transportador consegue boas taxas de juros e o investimento é muito menor.

Para garantir mais segurança na operação as financeiras passaram a exigir no financiamento de caminhões usados, a vistoria cautelar. Esta vistoria, além de comprovar que os itens essências (motor/câmbio/ chassi) não foram alterados, aponta se o veículo sofreu colisões significativas e se já foi leiloado, o que diminui seu valor de comercialização.

Desta forma, o mercado vem se moldando a nova realidade, na qual para quem deseja trocar seu caminhão por um modelo mais novo há novas exigências, porém com maior confiabilidade e segurança.

A modalidade de carga no Brasil continua a ser um bom negócio, pois as outras vias de transportes (fluvial e ferroviário) são muito precárias, ou até mesmo dependem muito das condições climáticas, a exemplo da hidrovia Tietê/Paraná, que teve seu volume afetado em função da seca enfrentada no Sudeste. A grande dificuldade sempre estará na equação frete, pois o transporte rodoviário existirá independentemente da situação econômica.

A Coluna Economia é escrita por Alberto Savioli, economista com pós graduação em gestão pela USP

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