High Tech: O que vem por aí no mundo dos VUCs

Silenciosamente, os veículos comerciais leves elétricos estão ganhando espaço na Europa e EUA, temos poucos exemplos por aqui, mas a previsão é que essa realidade se inverta

Texto: Carol Vilanova

Fotos: Divulgação

No universo automotivo, o que existe de mais tecnológico atualmente – e que tem tido investimento feito tanto por montadoras quanto por sistemistas – é o veículo autônomo, aquele que tem a capacidade de transportar pessoas ou cargas sem a utilização de um condutor humano.

Seu funcionamento é feito por meio da integração de sensores, de sistemas de controle e atuadores para sensoriar o ambiente e encontrar as melhores condições de ação, sempre da forma mais segura e confiável. Caminhões de longa distância são vistos como estando na vanguarda da adoção e implementação desta tecnologia e têm sido mostrados e demonstrados em diversas feiras pelo mundo.

Apesar de ser factível, ainda estamos muito longe de ser uma sociedade que vive no meio dos veículos autônomos, por diversos fatores, um deles é o custo e o outro é a segurança. Associações internacionais e os desenvolvedores falam sobre a falta de uma linguagem comum, justamente para fazer essa segurança funcionar satisfatoriamente. Pelo momento, temos alguns protótipos pelo mundo, e são muito legais.

Mais perto da nossa realidade estão os veículos híbridos e elétricos, que têm por objetivo reduzir a emissão de poluentes, principalmente, de veículos diesel. Nos autoshows pelo mundo, e nos que acontecem aqui como o Salão do Automóvel e a Fenatran, esses veículos estão sempre em evidencia e teremos até alguns rodando.

Na visão da General Motors, o mundo da mobilidade deve mudar mais nos próximos cinco anos do que nos últimos cinquenta. “A GM está focada neste novo modelo de negócio da indústria, dentro da nossa visão de futuro, de zero acidente, zero emissão e zero congestionamento”, diz o gerente de Marketing de produto da GM Mercosul, Rogério Sasaki.

Cada marca tem sua estratégia, e no Brasil a utilização do bicombustível, com uso do etanol, é muito bem aceita. O presidente da FCA Fiat Chrysler, Antonio Filosa conta que aposta desenvolvimento de motores a etanol turbinados. Mas globalmente, a eletrificação está sendo aplicada nos veículos comerciais. Prova disso foi a apresentação nesse ano do Fiat Ducato elétrico na Europa, com previsão de comercialização para 2020.

Oferecida nos tamanhos convencionais, de 10m3 a 17m3, e carga útil de até 1.950 kg, a Ducato Electric oferece bateria para uma faixa total de 220 a 360 km (ciclo NEDC), potência máxima de 90 kW e torque máximo de 280 Nm.

Fiat Professional Ducato Eletric

No mercado de picapes grandes, a Ford mostrou seu protótipo: uma F-150 totalmente elétrica. E aproveitou a oportunidade para fazer uma demonstração inédita de força: o modelo aparece num teste rebocando 10 vagões de trem carregados com 42 picapes F-150, com mais de 560 toneladas. Isso sim é que é força!

Ford apresenta o protótipo da F-150 totalmente elétrica

A JAC, que prepara o lançamento de uma picape ainda neste ano no Brasil, vai trazer uma versão elétrica. Denominada iEV 330 P, se trata da primeira picape elétrica vendida regularmente do mundo – não só no Brasil. E estamos estudando a viabilidade de importar essa picape também na versão a diesel.

Além da picape elétrica, a marca vai apresentar ainda em 2019 o iEV 1200 T, um caminhão leve pra 6 toneladas que terá propulsão 100% elétrica. E certamente cairá muito bem no Brasil de acordo com o executivo.

Jac iEV 1200 T

Na Europa, a Iveco tem modelos que se destacam pela inovação e por utilizarem combustíveis alternativos. A linha Daily por exemplo, a gama Daily Blue Power oferece soluções eficientes e sustentáveis para o transporte urbano de cargas e de pessoas. Combina tecnologia, baixas emissões, performance e eficiência para se adequar na perfeição à sua missão urbana O modelo Daily Hi-Matic Natural Power vem com gás natural (GNC) e uma transmissão automática de oito velocidades. Já a Daily Eléctrica é um veículo com zero emissões, 100 % elétrico que pode vir nas versões furgão ou chassi-cabine.

“Dependendo do crescimento do mercado, e do aumento da procura por caminhões movidos a GNV, nós avaliaremos a necessidade de contar com esses modelos aqui no país. Realizamos constantemente testes no Brasil para aprimorar essa tecnologia nas condições de operação que temos no país”, diz Ricardo Barion, diretor de vendas e marketing da Iveco América Latina.

Iveco Daily Blue Power

Com o conceito eDrive@VANs, a Mercedes-Benz já está operando em experimento na Europa. A linha inclui o e-Vito, a e-Sprinter e par as viagens de longa distancia a Sprinter F-Cel. Os pilares destes veículos são a eficiência, economia, flexibilidade e a confiabilidade. Tudo que a frota urbana precisa.

e-Sprinter

Marca da Daimler, a Fuso faz caminhões totalmente elétricos de todos os tamanhos na Europa e EUA, inclusive na linha leve, para entrega urbana.

e-Fuso

“A Nissan tem como base para a mobilidade do futuro a eletrificação. Acabamos de lançar o Nissan LEAF no Brasil, que é o modelo 100% elétrico mais vendido no mundo. No momento, não há nada concreto para que os veículos comerciais sigam esse caminho, mas nada impede, já que é um caminho sem volta”, diz Marcus Pires, gerente de marketing de produto Nissan. Na Europa, o compacto e-NV200 é uma opção para o mercado que busca emissão zero.

Nissan e-NV200

A Citroën já tem o Berlingo Eletric, um compacto de cargas, na versão elétrica na Europa. Aliás, a marca está presente no mercado de veículos comerciais elétricos há 20 anos, com os modelos C15 e C25.

Citroën Berlingo Eletric

Se no Brasil, a Renault já ensaia os passos do carro elétrico, na Europa é realidade. O Master Z.E. e o Kangoo Z.E, representam os veículos comerciais, e juntamente com o restante da gama já venderam mais de 200 mil unidades por lá. A conectividade é um referencial nesses modelos.

Renault Master Z.E.

O tema eletrificação é de grande importância, uma vez que é consenso em todo o mundo que, no futuro, os caminhões elétricos terão uma participação importante. Na VWCO o futuro é agora, uma vez que a marca está adiantada no desenvolvimento de veículos movidos a eletricidade, com o E-Delivery, que já está operando em projeto piloto em parceria com a Ambev aqui no Brasil.

 

“Embora ainda seja necessário um grande trabalho de melhoria na infraestrutura para permitir o transporte de cargas em longas distâncias por caminhões elétricos nas estradas do país, as aplicações urbanas já são viáveis, com ganhos para os condutores, o meio ambiente e o trânsito nas grandes cidades”, diz Ricardo Alouche.

Caminhão Volkswagen e-Delivery conclui fase piloto de testes
Volkswagen e Delivery

Distribuição autônoma

Falta muito para a distribuição 100% ser implementada em larga escala na Europa, quem dera no Brasil. Segundo os especialistas, depende muito de infraestrutura e de uma linha de pensamento igual entre todas as marcas, uma linguagem comum. Nos carros modernos, e até em alguns VUCs temos níveis de autonomia, como piloto automático, e outros recursos. A conectividade também ajuda a trilhar esse caminho.

Temos lá fora alguns protótipos de distribuição autônoma, como a Vision Van da Marcedes-Benz, um veículo que faz o carregamento totalmente automatizado do espaço de carga por meio de um conceito integrado em uma cadeia de suprimentos completamente conectada digitalmente no processo de entrega.

Mercedes-Benz Vision Van, o furgão autônomo

E o robô da Ford, esse é bem bacana, pois leva a encomenda na porta do cliente. O nome dele é robô “Digit”, tem pernas e braços, e se parece com um ser humano ao caminhar. Segundo a Ford, o humanoide foi projetado para se dobrar automaticamente e ser transportado na traseira do veículo, entrando em ação quando chega ao seu destino para completar a última etapa da entrega.

Robô Agility da Ford

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