Cada motor tem o seu próprio óleo lubrificante e o prazo determinado para ser substituído, veja o que as marcas do mercado fazem para os veículos urbanos de carga e suas recomendações
Texto: Carol Vilanova | Fotos: Divulgação
Veículos que rodam em perímetros urbanos naquele intenso anda e para certamente precisam de mais cuidados em relação à manutenção. Ainda mais se trabalha com carga. Por isso, as fabricantes dedicam cada vez mais tempo e dinheiro para desenvolver produtos com mais qualidade, altíssima tecnologia e capazes de atender às mais rígidas normas de emissões e ambientais.
Procuramos no mercado o que tem de mais avançado em lubrificante de motor para veículos urbanos de carga, e encontramos muitas marcas que investem em produtos específicos para o segmento. Isso porque o motor precisa estar em ordem para aguentar o tranco do trabalho de distribuição nas grandes cidades.
Segundo a engenharia da Shell, a função principal do lubrificante é impedir o desgaste das superfícies metálicas do motor, criando uma película de óleo entre eles. O óleo também dispersa o calor e reduz o atrito, protegendo o motor. Além disso, um lubrificante de qualidade previne acúmulo e depósito de partículas de sujeira ao mantê-las em suspensão e protege contra borra e oxidação, minimizando os ácidos que podem causar corrosão.
A equipe da Ipiranga avalia que o trânsito pesado das grandes cidades aliado ao peso suportado pelo veículo faz com que o motor seja constantemente exigido e trabalhe sempre em altas temperaturas. Este regime de utilização, considerado “severo” pelos fabricantes de veículos, aumenta o nível de degradação do óleo lubrificante e a sua necessidade de refrigeração do motor. Para amenizar essas questões, atualmente a indústria automotiva demanda lubrificantes de menor viscosidade, que auxiliam na refrigeração do motor, e com bases sintéticas, que permite que o óleo lubrificante suporte temperaturas elevadas, além de permitir maiores intervalos entre as trocas.
De acordo com a Mobil, os produtos precisam garantir rápida lubrificação a todas as partes do motor desses veículos, mantendo uma película protetora por mais tempo. Além disso, oferecer controle de depósitos e neutralização de ácidos, proteção contra o desgaste e controle de viscosidade, motores mais limpos, melhor bombeamento do óleo e maior vida útil dos componentes e dos materiais vedante.
O óleo certo para VUC
Entre os produtos para veículos comerciais, é importante lembrar que cada veículo possui sua especificidade para a escolha do melhor lubrificante. A Ipiranga possui uma linha completa de óleos lubrificantes para todas as aplicações, incluindo as VUCs, vans, picapes e SUVs, com destaque para o Ipiranga Brutus Sintético Verde 5W-30 ACEA C2/C3 e o Ipiranga Brutus Sintético 5W-30 ACEA C2/C3.
Estes produtos foram formulados para atender a necessidade de proteção requerida pelos motores diesel leve como proteção contra o desgaste e depósitos no pistão, formação de verniz, dispersão de fuligem, além de proporcionar economia de combustível. Possuem ainda tecnologia de aditivação compatível com os filtros DPF (Diesel Particulate Filter).
Segundo a Ipiranga, atualmente os óleos mais recomendados para esse tipo de veículos são os lubrificantes sintéticos, de baixa viscosidade (SAE 10W-30. SAE 5W-40, SAE 5W-30 e outros) e de baixo SAPS (acrônimo em inglês para cinzas sulfatada, fósforo e enxofre), que mantém e prolonga a vida útil dos filtros DPF que equipam esse tipo de veículo. Quanto ao nível de desempenho geralmente é requerido que atenda a uma das classificações ACEA (Associação dos Construtores de Veículos Europeu), ou a um nível API (Instituto de Petróleo Americano) ou, ainda, especificação da própria OEM.
Marília Goldschmidt, coordenadora de marketing da Mobil Delvac, conta que a marca oferece o oferece o Mobil Delvac Utilitário, desenvolvido especialmente para motoristas de VUCs e utilitários, que rodam em situações severas de uso, como trânsito intenso ou que precisam dar partida no motor várias vezes ao dia. A linha oferece proteção contra o desgaste causado pelo fluxo de “anda e para” nas cidades e pelo uso constante de marchas lentas, pois garante rápida lubrificação a todas as partes do motor, mantendo uma película protetora por mais tempo.
Outro diferencial é que proporciona um eficiente controle de depósitos e borras, o que contribui para reduzir danos no veículo e paradas indesejadas. Os produtos da linha também ajudam a estender o período de troca do óleo e prolonga a vida útil do motor, evitando que o motorista tenha que se preocupar com custos constantes de manutenção.
Os produtos estão disponíveis no mercado em duas viscosidades: Mobil Delvac Utilitário 15W-40 (mineral) e Mobil Delvac Utilitário 5W-30 (sintético), opções que atendem a exigência de 90% da frota de caminhões VUC, em embalagens de um e quatro litros.
Já a Petronas possui em sua linha URANIA alguns produtos desenvolvidos para serem utilizados principalmente nos motores de última geração em VUCs. Além da família Urania, a marca também oferece a linha Selenia, fabricada exclusivamente para os veículos Fiat Ducato, acompanhando as evoluções dos motores da FPT e as suas diversas versões. Ainda na linha Syntium, existe uma série de aprovações de montadoras, tais como MB Aproval 228.51, a norma Mercedes para motores da Sprinter.
A marca afirma que cada modelo de veículo possui suas particularidades e se tornou uma exigência manter uma gama de produtos seguindo as normas e recomendações do manual de cada fabricante, como o Urania Daily LA para os VUCs da IVECO, entre outros.
O Shell Rimula é indicado para veículos de carga pesada com motores movidos a diesel. São três linhas de lubrificantes Rimula: minerais, semissintéticos e sintéticos. São produtos que protegem os motores de veículos a diesel, ajudando a diminuir os custos de manutenção e de combustível. Além disso, ela conta com produtos voltados especialmente para os veículos Euro V (ou Proconve P7).
Segundo a empresa, o lubrificante correto é muito importante para proteger o motor, seja limpando ou lubrificando. Os motores dependem da proteção e confiabilidade do lubrificante escolhido. Para as empresas que utilizam motores a diesel pesados é fundamental que estes se mantenham em suas melhores condições, pois cada segundo em que o veículo precisa ficar parado para manutenção custa dinheiro.
A linha Shell Rimula, por exemplo, ajuda a proteger os motores e maximizar a vida útil dos equipamentos – mesmo em condições extremas. Os lubrificantes Shell Rimula também podem ajudar a manter os caminhões rodando por mais tempo, sem precisar parar para trocar o óleo, o que consequentemente resulta em uma economia considerável.
Enquanto a Total oferece as linhas Rubia 7900, Rubia 7900 FE e Rubia 8900, que contam com produtos de elevado nível de performance API e ACEA, que são óleos lubrificantes capazes de atender todas as exigências mecânicas de um motor que trabalha sobre regime extrapesado, garantindo alto desempenho, proteção e intervalo de troca de óleo mais adequado para as necessidades dos clientes. Os produtos são homologados por diversas montadoras.
A tecnologia dentro do lubrificante
A engenharia da Ipiranga conta que o lubrificante moderno é muito mais exigido hoje do que há 10 anos. Os motores atuais são menores e mais eficientes que no passado, fazendo com que os lubrificantes modernos necessitem atender aos requisitos de baixa viscosidade garantindo a proteção do motor contra o desgaste, além de possuir resistência à degradação por altas temperaturas, capacidade de limpeza das peças e ainda auxiliar na refrigeração do motor. A combinação adequada de óleos básicos e tecnologias de aditivos de última geração são capazes de prover estes benefícios sem prejudicar os catalisadores presentes nos filtros do sistema de escape do gás de combustão.
Para a Mobil, o produto deve apresentar excelente capacidade de proteção ao motor, tecnologia de ponta e alta performance para reduzir o desgaste das peças e a oxidação, além de ajudar na economia de combustíveis e garantir a máxima eficiência do motor.
Marcelo Capanema, diretor de Tecnologia da Petronas, afirma que a primeira propriedade de um lubrificante moderno é contribuir para a durabilidade dos motores. Uma outra propriedade é manter, durante o seu período de uso dentro do motor, todas as suas características físico-químicas, proporcionando uma melhor condição de operação, conservando a integridade dos componentes internos. Além disso, a Petronas desenvolveu uma tecnologia exclusiva que auxilia na proteção das peças do motor, maximizando a disponibilidade dos VUCs.
A Shell garante que os melhores lubrificantes são aqueles que protegem o motor por mais tempo e de maneira mais eficiente. Os principais centros de pesquisa da Shell ao redor do mundo combinam conhecimento, experiência e inovação para criar soluções que agregam valor real para os proprietários de veículos. O investimento em tecnologia de ponta significa que somos frequentemente os primeiros a comercializar produtos e serviços que fornecem proteção superior e eficiência.
Fábio Silva, coordenador Técnico da Total Lubrificantes do Brasil, conta que com a evolução dos motores, aumentou-se muito as exigências que um lubrificante precisa ter. “De modo geral, um lubrificante precisa garantir uma boa lubrificação, troca de calor, limpeza e contribuir para remoção da sujeira (dispersantes), além de ter uma boa eficiência para antiespumante e etc”.
Esse pacote de benefícios está presente na aditivação do óleo lubrificante, que pode variar conforme o nível de performance API, ACEA ou ILSAC. A Total possui em sua linha de produtos todas essas especificações e níveis de performance, como as linhas Quartz INEO e ELF Evolution para veículos de passeio e utilitários e, também, a linha Rubia, para motores Diesel extrapesados.
E na hora da troca
Primeira recomendação e unânime entre as fabricantes é: utilizar sempre o óleo lubrificante que está recomendado no manual do veículo, onde também está determinado o prazo para troca.
Segundo a engenharia da Ipiranga, esse prazo tem que ser respeitado, pois ao longo do tempo de uso, o lubrificante vai se deteriorando tanto pela oxidação do óleo quanto pelo consumo dos aditivos presentes na sua formulação. Se o lubrificante não for trocado no prazo determinado, ele passa a ter a sua função de proteger o motor comprometida.
De acordo com a Mobil, deve-se respeitar ainda o tipo de óleo específico para aquele motor, observando a viscosidade e classificação apropriados. “O ideal é trocar o óleo na quilometragem indicada e não completar”, fazendo a aplicação de um lubrificante novo, que tenha as propriedades adequadas para cada veículo”, diz Marilia.
As explicações da Shell afirmam que o uso de um lubrificante inadequado, seja fora do intervalo ou com as especificações diferentes das recomendadas, pode acarretar alguns problemas, como formação de borra e de depósitos internos, aumento do desgaste dos componentes do motor e corrosão das partes, além da oxidação.
Para a Petronas, pode-se completar em uma situação específica, quando um motor está com o seu nível de lubrificante baixo e ainda não está no período indicado para troca, usando mesmo lubrificante que está no veículo.
Agora, deixar passar o prazo pode provocar danos irreparáveis nas peças internas do motor. Isso ocorre pois, o lubrificante que continua trabalhando além do período recomendado pode sofrer uma aceleração da oxidação, perdendo sua eficiência, tendo suas funções uma eficácia menor.
A Total acredita que é possível alterar o tipo do lubrificante aplicado no veículo, em especial do óleo do motor. Geralmente, o próprio fabricante faz a indicação das viscosidades e especificações que o cliente pode usar no motor, seja para garantir uma proteção e performance padrão ou para além disso, como, por exemplo, para o uso de lubrificantes de menor viscosidade e com certificação Fuel economy, que são lubrificantes exclusivos que contribuem para a economia de combustível. Presentes também na linha de produtos Total Quartz INEO e Quartz 9000, e ainda na linha ELF Evolution Full TECH. Mas, antes de fazer essa troca, é extremamente importante consultar o fabricante.
“O importante é lembrar que a lubrificação correta e periódica protege o motor, aumenta o seu desempenho e a sua vida útil, além de trazer economia com consertos indesejáveis e no consumo de combustível. O uso inadequado pode prejudicar o funcionamento do sistema do veículo como um todo”, finaliza a executiva da Mobil.
