Frete a frete

Transportando em família

Na Baixada Santista, mais precisamente na cidade de Santos, o autônomo Osvaldo Delgado Junior, 52 anos, trabalha como transportador de mudanças com a ajuda do sobrinho, Almir Delgado Duarte, de 34. O Vado, como é conhecido, já esta nesse ramo há 25 anos e faz parte de um ponto de caminhões cadastrados para fazer qualquer tipo de transporte dentro e fora da cidade.

“Tenho dois caminhões, um Ford Cargo baú 2004 e uma Iveco Daily 2013 e meu forte é o transporte de mudança em Santos, mas fazemos também capital e interior. O caminhão é mais usado aqui na região e a Daily, considerada como uma caminhonete, é muito utilizada para ir para São Paulo, onde tem restrições de caminhões em algumas áreas. Se você for de caminhão, acaba sendo pego pelo radar, ou seja, depois ganha um presentinho, que é a multa”, comenta Vado.

Ele conta que no ponto onde trabalha tem diferentes opções de caminhões para variados serviços. “Nós somos em 11 caminhões, cada motorista tem seu próprio caminhão, cada um tem sua maneira de divulgar, cada um tem seus fregueses, etc. O cliente chega aqui e escolhe um carro de sua preferência, de acordo com o tamanho que precisa, tira o orçamento e vamos fazer o trabalho”, conta.

O ponto no qual o Osvaldo trabalha funciona com um alvará da prefeitura, e cada um dos motoristas é autônomo. Os veículos têm placa vermelha, pagam todos os impostos e estão legalizados. “Esse ponto tem uns 50 anos, é o numero 1 de Santos, existem outros, mas esse foi o primeiro nesses moldes”, explica Vado.

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Ele continua: “fazemos mudança, carreto, entulho, todo tipo de carga. Temos caminhão para todos os trabalhos. Nossa maior concorrência são os caminhões que encostam na porta de casa e começam a oferecer serviços. E não tem lei que os proíba de trabalhar, porém, são chapa branca, não são registrados e não pagam impostos. Eles fazem carreto a qualquer preço e isso prejudica muito a gente que trabalha na legalidade.

Quando saímos para fazer uma mudança, o VUC ajuda por ser um veiculo menor, tem mais facilidade no trânsito e ainda elimina o risco de ser multado, pois os caminhões maiores precisam de autorização da CET para estacionar em determinados lugares/horários.

O sobrinho, Almir, ajuda o tio há três anos, como motorista. “Sou formado em Matemática e já trabalhei como professor, mas o salário não era suficiente, então resolvi voltar para o transporte”. Sua mãe, irmã de Vado, também era transportadora, com três caminhões. “Infelizmente ela morreu de câncer quando eu tinha 16 anos, deixou os caminhões pra mim, mas eu era muito novo, acabei tendo que vender”, conta Almir.

Vado também já tentou a vida fora dos transportes, mas não foi por muito tempo. “Sou técnico mecânico, mas eu não gosto de ficar entre paredes. O caminhão é uma opção que de ganhar o próprio dinheiro sem depender de patrão. Eu tenho clientela boa, trabalho há muito tempo, muita gente me conhece na cidade, e trabalhamos bem”.

O transportador afirma que manutenção dos veículos está em primeiro lugar. “Por ser cadastrado pela prefeitura, temos que rodar em ordem pois passamos pela vistoria da CET para receber o selo de operação. Quem não está como caminhão em ordem não tem o certificado, ou seja, não pode rodar na cidade”, alerta.

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