Nos dias atuais, não haveria distribuição na cidade grande se não fossem os pequenos e guerreiros veículos comerciais leves, que circulam mais facilmente nesses locais tão apertados
Texto e fotos: Carolina Vilanova | Fotos: divulgação
O município de São Paulo é assim: nem todos os caminhões circulam por todos os lugares, para não atravancar ainda mais o tão complicado trânsito dessa megametrópole. Isso começou quando o prefeito ainda era Gilberto Kassab, que por meio do decreto 48.338, de 10 de maio de 2007, regulamentou o trânsito de caminhões na Zona de Máxima Restrição de Circulação – ZMRC
É simples, fica proibido o trânsito de caminhões na ZMRC, em vias delimitadas pela prefeitura, que incluem, é claro, o centro expandido da cidade. A lei estabelece normas para o trânsito de caminhões e para operações de carga e descarga em estabelecimentos situados na cidade.
O decreto limita o tamanho do caminhão que pode rodar, ou seja, o Veículo Urbano de Carga – VUC, que atenda às seguintes características de largura máxima de 2,20m e comprimento máximo de 6,30m, além do limite de emissão de poluentes: os especificados para o PROCONVE L-4 ou P-5, conforme o ano do caminhão.
Mas considerando que não podemos ficar sem abastecimento, grandes e pequenos transportadores tiveram que se adaptar a essas regras para rodar com segurança e dentro da lei e continuar fazendo seu trabalho.
Tayguara Helou, presidente do Setcesp – Sindicato dos Transportadores de Carga para São Paulo e região – explica que tanto o veículo quanto a nomenclatura VUC foram desenvolvidos pelo SETCESP para padronizar os tipos de caminhões e as suas aplicações. “Este caminhão é voltado para o abastecimento urbano de grandes centros, a exemplo da grande região metropolitana de São Paulo, pois este veículo detém capacidade e dimensões adequadas para circular nestas regiões com agilidade e excelente custo-benefício”, diz,
Segundo o sindicato, o VUC é um caminhão leve, que por conta de suas dimensões reduzidas permite boa manobrabilidade, sendo ideal para a maioria das operações em áreas centrais das grandes cidades. Embora não seja a solução para todos os problemas de abastecimento e escoamento de uma grande cidade, o VUC é uma peça importante nesse contexto e precisa ter seu uso incentivado.
Tudo cadastrado
Todos os caminhões devem respeitar as condições previstas nessa lei, lembrando que somente os caminhões autorizados, e devidamente cadastrados, poderão transitar nos horários de restrição. Os VUCs estão liberados por período integral na ZMRC, desde que estejam devidamente cadastrados.
O cadastro deve ser feito na Secretaria Municipal de Transportes (SMT), ou pelo link: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/transportes. Mas preste atenção, quem for flagrado sem autorização trafegando pela ZMRC será autuado por infração média: multa de R$ 85,13 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Então fique esperto!
Mas não é em todo lugar que o VUC roda sem restrição, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Trafego): “está proibido nas VER (Vias Estruturais Restritas), exceto nas VER previstas na Portaria SMT.GAB 123/12 (Marginal Tietê e outras vias) e Portaria SMT.G 124/12 (Marginal Pinheiros e outras vias), onde são liberados por período integral e na VER Radial Leste, prevista na Portaria SMT.GAB 125/12, onde estão liberados das 10h às 16h.A liberação dos VUCs nos locais restritos depende de seu prévio cadastramento junto à Prefeitura”
É claro que para cada regra, tem sua exceção, que é autorizada em função do porte do caminhão, do tipo de carga transportada ou serviço ser prestado. Segundo a CET, para serem efetivamente autorizadas é necessário cadastramento junto ao DSV, que pode ser feito pela internet. Existe também uma autorização especial, também obtida junto ao órgão da prefeitura.
| ATENÇÃO: Os VUCs também devem sempre respeitar às regras do rodízio municipal de veículos de segunda a sexta, conforme o final das placas, das 7h às 10h e das 17h às 20h.
* Fonte: CET |
Incentivos ao VUC
O VUC é um equipamento de dimensões e custo-beneficio adequado para distribuição urbana nos grandes centros, segundo o Tayguara. “O cenário das restrições aos caminhões na cidade está ficando cada vez mais restritivo à atividade de transporte de cargas. Desde a criação da ZMRC (Zona Máxima de Restrição à Circulação) em SP (100Km² em 2008), houve incentivo para a aquisição de veículos menores em substituição aos caminhões. O VUC é, também, o veículo mais apropriado para os centros urbanos, pois no lugar de três caminhonetes é possível operar com apenas um VUC”, afirma.
O Setcesp, por meio de um documento, citou as suas sugestões para melhorar a mobilidade no trânsito de São Paulo, destacamos algumas:
» Inclusão da carga nos planejamentos de transportes urbanos e metropolitanos
» Retirar de circulação a frota irregular, que está em torno de 1 milhão de veículos
» Operação exclusivamente noturna nos grandes estabelecimentos
» Mais vagas exclusivas para carga e descarga nas vias públicas e no comercio de rua
» Miniterminais de concentração de cargas
» Ajustes nas restrições aos caminhões em São Paulo
» Padronização e incentivo ao vuc (veículo urbano de carga) metropolitano
» Liberação total do VUC nas marginais.
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PROPOSTA O sindicato defende a padronização de um VUC metropolitano com largura de 2,30 m e comprimento de 7,20 m, com capacidade 30% maior do que o VUC paulistano atual, capaz de substituir 2 utilitários, para circular livremente pela RMSP, 24 h por dia, sem nenhum tipo de restrição. |
